quarta-feira, 11 de março de 2009

Crônicas de outro velho moleque...

Festas à fantasia são muito boas. Afirmativa esta, muito pronunciada por aí. E baseado nela que aceitei ir em uma. A primeira da minha vida.

- Vai ser muito bom!! Eu vou com você na Ladeira Porto Geral comprar uma fantasia.

E numa rápida ida ao centro de São Paulo resolvemos o problema da minha falta de fantasia. Eu iria de Quico. Sim, aquele do Chaves.

Como toda boa festa à fantasia, esta também era "open bar". Bebida à vontade. Vodka, Cerveja, drinks dos mais variados tipos. Uma maravilha para um grupo de carinhas como o meu. Preparamos nossos figados e fomos ao evento.

Dou logo de cara com a Branca de Neve. É! O maior (masculino mesmo) do nosso grupo, mas maior em largura, não em altura. Tinha o Quico, tinha o Michael Shucmacher, tinha o soldado do exército, o integrante da mancha verde. Destaque para a fantasia do nosso amigo peludinho, que foi de "Coringa" do Batman. Muito bem produzida, dava até gosto de ver.

Algumas horas de festa decorrida, quando já estavamos todos alterados, me deparo com um monstro de odalisca, ou uma gata de odalisca após pegar fogo na cara dela e apagarem com tamancadas. O fato era: MUITO feia. Na hora que ela passou descobri que dois dos nossos já haviam tido algum affair com a moçoila. Claro que a tiração de sarro foi inevitável. Mas o destino me reservava algo com a odalisca mamute.

Dizem para as crianças nas aulas de biologia que cerveja age no nosso corpo diminuindo a liberação de vasopressina. Trocando em miúdos, eu queria muito mijar! Fui cambaleando para o banheiro. Aí que eu percebi que faltava muita vasopressina. Trocando em miúdos, eu estava MUITO bêbado. Cheguei lá me envolvi em um entrevero. São paulinos fazendo chacotas com o possível rebaixamento do Corinthians (que posteriormente vimos ser rebaixado). Não gostei das chacotas, xinguei uns dois marmanjos e saí de fininho.

Pensei comigo:

- Devo voltar aos meus amigos. Lá é seguro.

Fui ao encontro deles. No caminho esbarrei em umas 7 pessoas, falei "obrigado por ter vindo" para umas 14 garotas, derrubei a cerveja de uma japonesa e por fim, cheguei às escadas que davam acesso aos meu camaradas. Então comecei meu diálogo com os degraus. Estava concentrado neles. Não podia cair, mas eles não paravam quietos. Quando fui subitamente interrompido da minha conversa com a escada.

Sim, era ela. A odalisca versão botijão da ultragaz. Ela apoiou sua mão em meu ombro, fez menção de vir próximo ao meu ouvido esquerdo e disse:

- Bohcehaa e bulfgig velbd!

Pois é, além de muito concentrado na escada eu sou meio surdo do ouvido esquerdo. Temerosamente respondi um "Quê?" e troquei o ouvido. Ela repetiu:

- Bochechas de buldogue velho!

"Cultura Chaviniana" está na minha genética. Imediatamente percebi a piadinha feita como alusão a um dos capítulos do Chaves. Mas... por que ela?! Não tive uma reação imediata. E passado alguns instantes, tive uma reação instintiva. Só consegui proferir um:

- Saí! Eu tenho medo de você!

Atropelei a escada com quem discutia anteriormente e encontrei meus amigos. Enfim, estava seguro.

Daí em diante lembro de dançar forró com a Alice (no país das maravilhas), dançar a dança do maxixe, tentar fazer uma mímica muda falar, e proferir palavras de baixo calão para uma enfermeira.

Entre mortos e feridos, o saldo foi absolutamente positivo. E eu entrei para a história, como o "cara que tem medo da R... odalisca tamanho família"

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Mentiras à parte, é tudo verdade!
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