segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Univitelinos

Certa noite fui para umas dessas, apelidada pelo publico jovem de balada, nem me lembro o nome, mas isso também não vem ao caso, afinal esse blog não é pago para fazer merchandising. Estávamos em 3 amigos e como uma boa turma do Bolinha, sentamos em uma mesa pra beber.

Após algumas cervejas, a libido sexual foi aumentando e a balada começou a se revelar mais bonita, vamos dar uma volta eu propus, e claro estávamos todos com o mesmo pensamento. Chega de falar de futebol.

É claro que depois de alguns anos, o homem se torna mais seletivo e não sai por ai pegando qualquer bagulho, mas certa altura da noite, caem alguns paradigmas e o que reina é a testosterona.

A balada era bem grande e tinha vários ambientes, mas agora com a nova lei do nosso querido prefeito, não é mais permitido fumar em ambientes fechados e como tudo aqui no Brasil é adaptado, as casas noturnas criaram o fumódromo.

Fumódromo, palavra não existente nos dicionários da língua portuguesa, foi criada, sei lá por quem, para nomear a área em que é permitido fumar. E foi lá mesmo que eu a encontrei. Cabelos loiros, corpo conservado, vestido preto e salto alto, o que mais eu poderia querer para uma noite de sábado?

Ainda por cima ela estava com mais duas amigas, e se tem uma coisa que homem sabe fazer, é montar time, logo, 3 homens + 3 mulheres = 3 casais! Não podia ser mais perfeito, o approach estava por minha conta, já fui bom nisso, mas os anos passam e a cerveja é implacável com a barriga do homem.

Atiçado pelo calor da batalha e com toda educação do mundo, usei uma das mais velhas táticas de guerra e disse: - Oi, você me empresta o seu isqueiro? Quando ela vira para responder, com o perdão da palavra, puta que me pariu, ela era a cara do meu chefe!

Não fosse pela barba que meu chefe ostenta, alias graças a Deus ela não tinha barba, ela era igualzinha ao chefe. Minha cara de espanto foi tamanha que o silêncio predominou durante alguns segundos e se não fosse um de meus amigos quebrar o gelo, acho que eu ficaria olhando pra cara dela durante o resto da noite.

O pior é que a maior semelhança era justamente a mais marcante, e eu não podia constrange-la mais do que eu já tinha constrangido, mas porra a mina tinha que ser vesga! Já não me basta o enorme trabalho que tenho todos os dias pra conversar com meu chefe tentando entender pra onde seus olhos estão apontando, ainda tinha que fazer isso na balada, no escuro e meio alcoolizado?

Ah, que Deus tenha piedade de mim, mas não dava pra ficar com ela. Não era o estrabismo o meu problema, mesmo porque, todos temos defeitos e eu não sou diferente, sou gordo e uso óculos, mas, caralho, eu não ia conseguir me acostumar com a idéia de beijar meu chefe na boca.Trocamos algumas palavras e meus amigos, é claro, já tinham percebido que eu estava numa situação delicada. Mas amigo é aquele que ri da desgraça alheia, e tive que ficar fazendo sala pra moçinha em questão durante todo o desenrolar da noite. Voltei pra casa sóbrio, sozinho e com uma vontade louca de contar o ocorrido para o meu chefe.

Nenhum comentário: