Suponhamos que você seja um físico (mas é só uma suposição, não fique triste!). E seu objetivo é modelar a queda de um objeto sob efeito da gravidade. Assim que começar a praticar seus cálculos, encontrará uma série de complicações tais como, a força de atrito que impõe grande complexidade às equações. Mas para transpor isso escreve-se em um canto da conta "desprezando a resistência do ar" e prossegue de forma bem mais simples. Assim isolamos uma parte de realidade como se fosse independente do resto. Em alguns casos os resultados são significativamente válidos, e podem ser usados em projetos onde situações são similares. Contudo, devemos lembrar que isso não é correto para tudo, pois sabemos que um corpo não cai com aceleração constante. Ou seja, eliminar o atrito da equação, não elimina realmente os fenômenos que nos cercam.
Mas corpos caindo ao chão não são o objetivo deste post. A intenção é falar sobre um assunto onde os estudiosos acabam "modelando" uma idealidade para partir como premissa básica e desenvolver seus estudos. O ser humanos sua interação social. Normalmente quando se estuda esse campo, as conclusões partem de simplificações que acabam produzindo erros, assim como na simplificação no modelo físico sem atrito.
O problema é que não sabemos para onde erramos. No modelo físico sabemos se estamos sub ou super dimensionando os cálculos. Já no ambito humano, estas simplificações implicam em erros um tanto quanto desconhecidos. A partir dessas simplificações entramos apenas no campo da racionalidade humana, que é a única parte que pode ser inferida. Assim deixamos particularieadades de lado.
Estou para descobrir algum tipo de interação social, seja no âmbito pessoal ou no âmbito de interações institucionais que sigam alguns dos modelos "receita de bolo" de estudiosos da área. Esse agentes racionais não passam de "arredondamentos no canto da conta", e que concluem resultados que não sabemos nem para onde estamos errando.
Em 14 de julho de 1789 houve a queda da bastilha. Em 7 de setembro de 1822, num "pito" histórico Dom Pedro declarou a independência do Brasil. Em 6 de junho de 1944, as força dos aliados invadiam as praias da Normandia, para começar a acabar com o eixo. E por esses marcos macro do ser humano, perdemos nuances deveras importantes. No dia 7 de janeiro de 1985, nascia Thiago Correali (importante só para minha mãe). Em qual data aquela militante da PUC foi arrastada pelos cabelo, pela cavalaria da ditadura? E qual data importante é para aquele gordinho que pegou o elevador com você hoje? Para o caixa do Mc Donalds que te atendeu?
Esse contrato tácito, onde pessoas admitem posições e papeis na sociedade são impossíveis de expressar em um modelo. Não é possível definir para onde estamos errando. Só é possível desconfiar de modelos muito plausíveis para o comportamento humano dentro de seu meio social. Esse excesso de plausibilidade assume uma racionalidade nos bastidores, onde vemos nos grande marcos históricos ou na singularidade desconhecida de cada individuo, altamente duvidosas
Nunca tive vontade de estudar o ser humano de uma forma séria, empenhada, pela sua falta de linearidade, pelos erros associados e inevitáveis às elucubrações feitas, e pela certeza que ao me aproximar a uma resposta, teria uma grande decepção.
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Um comentário:
Thi, eu tenho medo de vc!!!
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