segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vontade, desejo, vingança...

Quando a vontade aparece, é sempre dificil de controlar, quando ela vem acompanhada do desejo então, ai quero ver se segurar é quase que impossível...

Agora, se tem um tom de vingança, esquece, você tem que por pra fora, não da, aquilo fica engasgado na sua garganta, embrulha o seu estomago e enquanto você não coloca pra fora aquilo vai te consumindo aos poucos...

Mas é claro que isso tudo vem acompanhado de efeito/consequência...

E se não houver efeito e não surgir nenhuma consequência que te abale?

Aposto que você teria colocado pra fora!

Mas eu não, pelo menos não por hoje...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mais do Mesmo

Local: Avenida 9 de Julho
Hora: 08h23min

Cena: Dia quente de verão. Aquela brisa fria da manhã, mas já com aquela previsão de calor desonesto. Decote. Um gingado nacional bem característico. Magra sem ser seca. Arrumadinha sem ser fresca. Gostosa, no português claro. Flutuando pela calçada num take mágico, acompanhada por um marombado grande, desses que fazem musculação mais na auto-estima do que nos músculos.

Homem não disfarça. Olha mesmo! Talvez seja mais importante se mostrar olhando do que o conteúdo desfrutado pelas retinas. A atenção era tanta naquele par de pernas altamente mordíveis, que nem se notava o exótico travesti pé-de-sandália (travesti não usa chinelos, né?) que vinha atrás da loira. O travesti olhava de cima a baixo a beldade rebolar.

Sentado na calçada um menino com não mais de oito anos (que na verdade deveriam ser doze anos, mas não aparentava mais que seis) esquecia completamente dos seus deveres de vendedor de bala. Divertia-se às gargalhadas com o despudor estranho e o desglamurama daquele travesti mal financiado.

Do outro lado da rua, quase alheia tudo, mas fundamental para a costura dessa cena, ia uma velha freira em seus trajes castos. Num olhar assustado e impotente para o triste prelúdio de pecado e subversão que via naquele menino.

Fechando a cena, numa "fade away" bem lento para o cinza, iam todos os outros, ignorando a velha, o menino, o travesti, a gostosa e o bombado. Como se a única coisa da vida fosse andar a pé por aquela avenida. Mas num balcão de padaria, com cinco reais a menos no bolso, este interlocutor degustava seu pão de queijo com suco de laranja se divertindo com a vida.

***

sábado, 6 de fevereiro de 2010

As Histórias que o Rock nos Conta.

Nós nos encontramos em segredo em um apartamento em Kensington. Eric Clapton me pediu para ir para escutar uma nova música que ele havia escrito.

Ele ligou o gravador, aumentou o volume e tocou para mim a música mais poderosa e tocante que eu já havia escutado. Era “Layla”, sobre um homem que se apaixona perdidamente por uma mulher que o ama mas não está disponível.

Ele tocou para mim duas ou três vezes, olhando meu rosto a todo momento para ver minha reação. Meu primeiro pensamento foi: “Oh Deus, todo mundo vai saber que é prá mim”.

Eu era casada com um dos amigos mais próximos de Eric, George Harrison, mas Eric estava deixando explícito seu desejo por mim havia meses. Eu me sentia inconfortável por ele estar me empurrando em uma direção que eu não estava certa se queria ir.

Mas, ao perceber que eu havia inspirado tanta paixão e criatividade, a música tirou o melhor de mim. Eu não pude mais resistir.

Naquela noite eu estava indo ao teatro para ver “Oh! Calcutta!” Com um amigo e depois iria a uma festa na casa do empresário Robert Stigwood. George não quis ir nem ao show nem à festa.

Depois do intervalo de “Oh! Calcutta!” eu voltei e encontrei Eric no assento ao lado, depois de persuadir um estranho a trocar de lugar com ele. Depois, nós fomos à casa de Robert separadamente, mas logo estávamos juntos. Era uma festa ótima e eu me senti lisonjeada pelo que havia ocorrido anteriormente, mas também profundamente culpada.

Depois de algumas horas, George apareceu. Ele estava de cara fechada e seu humor não melhorou ao caminhar por uma festa que já acontecia havia horas e a maioria dos convidados estavam sob efeito de drogas.

Ele insistia em perguntar “Onde está a Pattie?”, mas ninguém parecia saber. Ele estava quase indo embora quando ele me viu no jardim com Eric. Estava começando a amanhecer, e estava muito enevoado. George chegou para mim e perguntou: “O que está acontecendo?”.

Para o meu horror, Eric disse: “Eu tenho que te contar, cara, que eu estou apaixonado pela sua mulher”.


Pattie Boyd a mulher que inspirou a composição de "Layla" (Clapton) e "Something" (Harrison).

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Um Protesto a Céu Aberto

"VOLTA MATHIAS, VOLTA!"

A Idade esta Dentro de Você

Tenho refletido muito sobre essa frase nos últimos dias, alguns podem me considerar infantil, outros podem me considerar maduro, a questão é que eu vivo minha vida da maneira que eu acho que devo viver. Alem do mais não preciso provar nada pra ninguém, se quiseres que ande ao meu lado.

Mas não é da minha pessoa que venho falar. Venho falar de uma pessoa muito mais importante do que eu, pelo menos por enquanto, rs. O ano é de 1934, filho de imigrantes italianos, mais precisamente de Nápoles, sul da Itália, nasce o meu querido avô (na qual por motivos óbvios o nome não será citado) no bairro do Brás, outrora considerado um bairro habitável e com tradições italianas, com seu pai sapateiro e sua mãe dona de casa, teve uma infância humilde e teve que começar a trabalhar desde cedo.

Pra não tornar esse post uma biografia (não autorizada) vou editar a história.

76 anos depois...

O ano é de 2010, agora casado, com dois filhos e três netos, sendo o mais novo uma mulher, aposentado e sem muitas aventuras na vida, a não ser as idas e vindas em seus mais de 6 médicos, o que muitas vezes ocupa todos os dias da semana. Sempre viveu sua vida em função de sua família, deu tudo o que pode para seus filhos e depois para seus netos, o velho não é das pessoas que mais se deixa influenciar, mas um belo dia, seu neto mais velho ditou um dos princípios hedonistas do mago Aleister Crowley e disse:

-Vô, faça o que tu queres, a de ser tudo da lei.

(N. do R.) Seu neto mais velho, que no caso é a pessoa que vos escreve, é considerado por muitos a ovelha negra da família, aos 13 anos começou a tomar aulas de violão, aos 16 tinha sua primeira banda de rock, aos 18 sua primeira tatuagem. Hoje me encontro trabalhando com comunicação, baixista de uma banda de rock e com duas tatuagens no corpo, em busca da terceira.

Enfim, não sei o que deu na cabeça do santo homem, mas um belo dia ele levantou da cama e resolveu fazer alguma coisa por ele mesmo e tomou a mais louca das decisões de sua vida, fez uma tatuagem também!

Escreveu o nome de sua neta mais nova no ante-braço direto, em letras consideráveis, ao que me consta ela ainda não sabe, mas eu fui o primeiro a saber e pasmem, FODA-SE que não é meu nome, quantas pessoas no mundo tem um avô que fez uma tatuagem aos 76 anos de idade?

Embora o corpo mostre alguns sinais de idade, e já não corresponda a suas vontades como era de costume, a verdadeira idade esta dentro da gente. Quantas pessoas costumam dizer que a vida começa na terceira idade? Deixa o velho viver o que lhe resta da vida da forma que ele bem entender.

É claro que algumas pessoas vão crucificá-lo, chamá-lo de louco, insano e querem saber ele tem mais é que ser insano mesmo, tatuagem não é manifestação marginal não, é uma forma de expressar seus sentimentos para o mundo todo através da body art.

Parabéns meu avô, agora somos os dois ovelhas negras da família.