Eu tinha medo do "Homem do Saco". Sim, confesso. Estava lá eu, prestes a quebrar alguma coisa em casa com uma bola, ou a cuspir um pouco de água na cabeça de algum transeunte desavisado na calçada que minha mãe apelava para o temido "Homem do Saco".
- Pára já com isso Thiago, ou vou ligar para o "Homem do Saco".
O que imaginava? O que eu temia? Ah, talvez que ele me colocasse naquele saco de feito com fibra de cizal e me levasse por aí gritando: "sapatos, chapéus e roupas usadas... quem tem?!".
Mas a idade veio. E levou embora o "Homem do Saco" dos meus anseios. Mas não da minha vida. Pensei que pudesse usa-lo com meus filhos, meus irmãos! Isso, meus irmãos. Só não contava com a modernidade em que vivemos.
Pois é, certo dia ameacei meu irmão com o "Homem do Saco". Qualquer molequisse que ele fez, fui lá eu, crente que estava dominando a situação, me sentindo um segurança do Conê de tão intimidador:
- Lucas, pára! Senão o "Homem do Saco" vai vir te pegar!
Ele terminou o que estava fazendo. Aí veio me questionar - quem é o homem do saco, Thiago?
Ele não conhece o "Homem do Saco! E o "Bicho Papão"? A "Cuca"?
NADA!
E percebi que os grandes vilões da minha infância estão obsoletos. Inevitável imaginar um retiro dos vilões aposentados. Uma casa de campo, com quintal grande e verde. Bucólico.
Onde o "Bicho Papão" resmungando sentado em sua cadeira ao lado do lago, reclamando da falta de peixes (alguém sabe qual a cara do "Bicho Papão"? Acredito que vou morrer com essa dúvida). A "Cuca" com um lencinho português enrolado na cabeça, tentando roer um pedaço de queijo com os dois dentes que lhe sobraram, afinal comer criancinhas e não escovar os dentes dá cárie.
Lá do outro lado vem o "Saci" gritando. De andador, afinal pulou muito numa perna só, ficou com osteosporose e perdeu a firmeza na sua perna - Enfermeira! O "Lobo Mau" sujou as fraldas de novo. Enquanto o "Lobo Mau" entrevado na cama respirando em um balão de oxigênio com os pulmões fracos.
Dentro da sala todas as "Bruxas" fazendo tricot e crochet resmungando que a comida do asilo é ruim e agradecendo as princesas não terem casado com seus filhos, afinal elas são muito rampeiras para eles.
Todos os dias, às 18:00 os vilões-anciões estariam de banho tomado e prontos para deitar, afinal estão muito cansados dessa vida de frustrações que tiveram, pois em momento algum foram bem sucedidos em sua jornada. As enfermeiras achariam eles bonitinhos em toda sua senilidade e colocariam eles para dormir.
Esse seria o dia-a-dia dos vilões, onde alguns iriam cada vez mais caindo no esquecimento, deitados em uma maca num canto até que as próprias enfermeiras os esquecessem por completo, enquanto outros vilões não tão velhos adentrariam o asilo para começar a caminhar dentro da rotina do esquecimento.
***
Disseram que o pessoal do "DOPS" está para chegar nesse asilo.
***
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9 comentários:
Fala pro seu irmão q o Megagarurumon ta vindo pegar ele q ele se caga de medo...
CALA A BOCA, SUA PUTA!
Gosto das paródias deste puto... Mas que raios de nome é Corre Ali?
CALA A BOCA, PORTUGA DE MERDA!
Meu psicólogo explica este comportamento, Jorjão!
CALA A BOCA, SEU BIGODUDO OTÁRIO!
Vixi Maria, cabra da peste! Esse Jorge tá arretado demais! Eita porra! Isso falta de piriquita, minino!
Vcs repararam q Genival é anagrama de Vaginal?
CALA A BOCA, SUA BESTA! COMO VC É BURRO!
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